Como Cultivar Orquídeas



Introdução

Apesar do grande número de espécies de orquídeas existentes, podemos falar do seu cultivo de forma generalizada. Mas é claro, o bom senso sempre deve prevalecer, adaptando-se a cada situação.

Não se engane com a aparência delicada das suas flores. As orquídeas são muito mais rústicas e fáceis de cultivar do que parecem



Cultivo comercial de orquídeas
                                                               Você quer iniciar uma pequena coleção de orquídeas, mas não sabe nem por onde começar? Comprou uma orquídea e não sabe cuidar dela? Não se preocupe, pois isso é normal, e nós te daremos todas as dicas necessárias para ter sucesso no cultivo.

Neste artigo, você encontrará todos os passos, desde a escolha do vaso, plantio, multiplicação, até os cuidados necessários para mantê-las sempre bonitas.    Aplicando a ecologia no cultivo




é importante entender o meio no qual a orquídea vive naturalmente para saber como cultivá-la.




Trataremos aqui somente das orquídeas epífitas, pois são as mais comumente cultivadas.

As orquídeas epífitas vivem naturalmente sobre as árvores, sob a luz intercalada pelas folhas de sua copa, sob condições de luminosidade, umidade, temperatura e nutrientes ideais ao seu crescimento e florescimento.









Hábitat natural de uma orquídea epífita


Para o cultivo das orquídeas epífitas (a grande das espécies), devemos tentar alcançar as condições encontradas no ambiente natural da orquídea, alcançando seu melhor desenvolvimento.




Como plantar orquídeas




Em que vaso plantar?
Existem várias opções disponíveis no mercado, mas para as residências, os mais fáceis são os de barro cozido, preferencialmente furados nas laterais, para garantir boa drenagem e aeração. Os vasos de plástico são comercialmente melhores, devido à sua leveza e facilidade de transporte.




Como plantar as orquídeas?
Provavelmente sua orquídea já está plantada em um vaso, por isso, explicaremos mais sobre seu transplante (troca de vaso).

1) Retire a orquídea do vaso e, se possível, divida-a em partes, conforme será explicado na seção seguinte.
2) Lave as raízes com cuidado, com água corrente, sob uma torneira. Passe os dedos nelas, retirando-se as raízes mortas e fragmentos restantes. Mantenha as raízes saudáveis intactas.
3) Opcional: Coloque uma camada de material de drenagem no fundo do vaso, sendo ele brita, argila expandida ou mesmo isopor.
4) Coloque o substrato (mistura ou não) e acomode a muda em um dos cantos do vaso. Mantenha a brotação nova (base do maior pseudobulbo) voltada ao centro do vaso, para dar espaço ao seu desenvolvimento. (vide foto a seguir)
5) Regue bem o substrato, até que escorra água por baixo do vaso.
6) Opcional: Adicione uma pequena quantidade de adubo na lateral do vaso.














Vaso a ser plantado

Colocação da brita

Colocação do substrato

Limpeza das raízes

Acomodação da muda

Adubando a planta


Como fixar em árvores?
é muito simples. Basta amarrar a orquídea junto ao tronco no local desejado, podendo ser sem qualquer substrato ou com algum substrato (como a fibra de coco) amarrado junto. Podemos também auxiliar inicialmente colocando-se um pouco de esfagno para reter umidade. Caso não haja substrato, é recomendável a adubação foliar quinzenal. O mesmo procedimento é tomado para prendermos em cascas de peroba.




Em que substrato plantar?
Apesar de parecerem, as orquídeas não são exigentes em substrato.




Os substratos devem conter boa aeração, boa drenagem, fornecer nutrientes, manter a umidade e garantir a sustentação da planta, semelhante ao que ela encontra em seu hábitat natural.




Apresentaremos a seguir alguns dos materiais mais usados para substrato:




Xaxim - Seu uso é hoje proibido, pois era extraído de uma samambaia em extinção da mata nativa brasileira. Era considerado o melhor substrato, com todas as boas características e bom fornecimento de nutrientes.
Fibra de coco - é um excelente material e muito barato. Ajuda na fixação da planta, fornece alguns nutrientes, permite boa aeração. Mas absorve pouca água, aumentando a freqüência das regas necessárias. Antes do uso, deixe de molho por 1 dia na água.
Casca de pinus - Material relativamente barato, com características muito boas. Permite boa aeração e ajuda na fixação da planta devido à sua rugosidade, também fornecendo alguns nutrientes. Também seca muito rápido, exigindo regas mais freqüentes.
Esfagno - é obtido de musgos importados, sendo um material caro. Sua principal característica é a grande retenção de água, podendo-se reduzir o número de regas. Também fornece grande quantidade de nutrientes.
Carvão - é o carvão de churrasco, extremamente barato. Sua principal função é a de reter a umidade e garantir boa aeração.
Pedra britada ou argila expandida - São muito baratos e servem tanto para drenagem (no fundo dos vasos) como em mistura no substrato.












Fibra de coco

Casca de pinus

Esfagno

Carvão

Brita


Podemos juntar as boas características utilizando misturas dos materiais. Na realidade, as orquídeas são tão rústicas, que podemos plantá-las até mesmo sem qualquer substrato, bastando adubá-las e regá-las com freqüência.      Uma dica: Se quiserem não quiserem tentar suas próprias misturas, tente a mistura de casca de pinus com fibra-de-coco, que tem dado bons resultados em diversos cultivos.



Como multiplicá-las
Sua multiplicação é geralmente fácil. Comercialmente são normalmente reproduzidas por sementes ou por micropropagação (técnica de laboratório), mas no cultivo caseiro o método mais utilizado é a divisão de plantas adultas (ou divisão de rizoma). A divisão de rizomas é a técnica mais fácil e acessível de multiplicação de orquídeas, já que as duas outras técnicas exigem maior nível de tecnologia e especialização, se tornando inviáveis para cultivos domésticos.
Minha orquídea já pode ser dividida?
Por via de regras, para a separação de rizomas ser feita de forma segura, a planta deve possuir ao menos 6 pseudobulbos (caules). Cada nova planta deverá possuir inicialmente, ao menos 3 pseudobulbos para ter maior garantia de sobrevivência. O melhor momento para dividi-las é quando estão emitindo novos brotos.


Muda com 3 pseudobulbos recém-dividida

Como dividir as plantas adultas?
Separaremos em alguns passos:

a) Retire a planta do vaso original, tirando o substrato antigo das raízes e lavando-as em água corrente, retirando as partes mortas com os dedos.
b) Com uma faca (de preferência esterilizada no fogo), separe as plantas em mudas de 3 ou mais pseudobulbos, cortando seu rizoma.
c) plante as novas mudas em vasos com os substratos adequados, conforme o procedimento explicado anteriormente.




Onde deixá-las                                                                                          O principal fator que determina seu bom florescimento e desenvolvimento é a luminosidade do local onde ela é deixada. A luminosidade local deve ser semelhante à que encontramos em seu hábitat natural.



As orquídeas em geral exigem um local em meia-sombra. Deixar sob a copa de árvores é uma boa opção, mas nem sempre isso é possível.

Em grandes cultivos de orquídeas, são utilizados sombrites ou ripados, que geram bom resultado. A luminosidade ideal é de 70% de sombra.









Grande orquidário, mantido com sombrites


Em nossas casas, elas podem ser mantidas em locais onde bate sol direto em algum período do dia, de preferência, com o sol da manhã (Mas não necessariamente), podendo ser sob os beirais do telhado. Varandas e sacadas costumam serem bons locais para deixar as orquídeas. Resista à tentação de deixá-las dentro de casa por longos períodos, somente durante sua floração, se preferir.Com a orquídea no seu devido local, devemos saber quais cuidados devemos tomar. Leia o próximo tópico para saber quais são esses cuidados.




Cuidando das orquídeas




Não há grandes segredos nos cuidados com as orquídeas. Algumas das principais dicas se encontram a seguir:



Como e quando regá-las?
O modo mais fácil de matar uma orquídea é molhando-a demais. Suas raízes ficam sem oxigênio e morrem, e os fungos se proliferam de forma descontrolada. As regas devem ser feitas de 2 a 3 vezes por semana, dependendo do clima na época.

O melhor jeito é testarmos com o dedo. Cavamos levemente o substrato e sentimos a umidade. Se ainda estiver úmido, não regue, espere até secar. Para elas, é melhor a falta ao excesso de água.

Devemos regá-las de preferência no início da manhã ou final da tarde, até que a água comece a escorrer por baixo do vaso.
Devo adubá-las?
Claro, ela precisa de nutrientes para crescer. O próprio xaxim ou fibra de coco é fornecedor natural de nutrientes.

Podemos adubar no vaso, colocando-se um pouco de adubo em um canto do vaso. Esse adubo irá dissolver-se aos poucos, liberando nutrientes a cada irrigação. Os melhores para isso são os orgânicos, como a torta de mamona e a farinha de osso, mas podemos também usar misturas, como o "Bokashi", que pode ser encontrado em casas especializadas. Essas adubações podem ter intervalos de 3 meses ou mais.

A adubação foliar pode ser feita a cada 15 dias ou mais, com misturas próprias de adubo mineral, dissolvidos em água e aplicados com borrifadores comuns. Procure em casas especializadas, há diversas formulações, busque mais informações na embalagem dos produtos.

Pragas e doenças
Poucas são as doenças que podem atacar as orquídeas, não havendo muita solução para elas. Alguns insetos podem se tornar problemas, sendo os principais os pulgões e as cochonilhas. Os pulgões podem ser facilmente eliminados borrifando-se uma mistura de água e detergente, ou mesmo inseticidas domésticos à base de água, como o "SBP".
Já as cochonilhas devem ser removidas manualmente, sob a torneira, raspando-se as folhas com uma escova macia (pode ser escova dental).


Quando renovar o vaso?
Quando a planta estiver excessivamente perfilhada, ou com as raízes ocupando todo o vaso, devemos efetuar a divisão da planta, ou passá-las a um vaso maior, pois suas raízes já não possuirão mais espaço para seu bom desenvolvimento. Agora, você está pronto para começar seu próprio cultivo de orquídeas, sem maiores dificuldades.